sábado, 25 de outubro de 2014

Cuidados nutricionais durante a gestação

A gestação compreende um período de grande vulnerabilidade para a mãe, em razão das várias transformações em seu corpo, e para o feto, em razão do seu crescimento e desenvolvimento. Tais transformações implicam em aumento nos requerimentos de macro e micronutrientes.

As quantidades de energia, proteína e demais nutrientes são mais elevadas a fim de atender as necessidades requeridas para o desenvolvimento do feto e formação de estruturas maternas durante a gestação (placenta, útero, glândulas mamarias e sangue), assim como a constituição de depósitos energéticos da mãe utilizados durante o parto e lactação. As necessidades energéticas variam com o peso pré-gestacional, quantidade e composição do ganho de peso, estágio da gravidez, nível de atividade física e aumento de seu metabolismo basal.

Para avaliação do peso corpóreo, tem sido recomendados diferentes métodos, dentre eles, destaca-se a utilização do Índice de Massa Corpórea (IMC) pré-gestacional. O IMC é calculado utilizando-se o peso em quilogramas (kg) dividido pela estatura em metros ao quadrado. Com base em um estudo de 1990, do National Institute of Health, as diretrizes para o ganho ponderal na gravidez são baseados no IMC pré-gestacional. Nas recomendações atuais, do ponto de vista calórico, a recomendação da Recommende Dietary Allowances (RDA,1989), tem sido adicionar 300 calorias à dieta normal, com início no segundo trimestre da gestação.

Mulheres que iniciam a gravidez com baixo peso ou adolescentes (com menos de cinco anos pós-menarca) devem aumentar sua ingestão calórica em 300 calorias desde o início da gravidez. Por outro lado, mulheres que iniciam a gravidez com sobrepeso ou obesidade, nenhum aumento calórico é recomendado, sendo importante acompanhar a evolução da gestante o que permitirá nortear as orientações dietéticas. Em relação as proteínas, a ingestão deve ser aumentada em razão da sua contribuição específica para o crescimento e porque uma dieta pobre em proteínas, quase sempre, carece de outros nutrientes. Recomenda-se a ingestão de 60 gramas diárias, o que significa aproximadamente um adicional de 6g/dia

A mulher adulta, sadia, em idade fértil, não grávida e com atividade física moderada necessita ingerir aproximadamente 25 a 30 kcal por kg de peso corporal por dia (25 a 30 kcal/kg/dia), para suprir suas necessidades energéticas sem alterar seu peso corporal. Durante uma gravidez normal são consumidas, para a geração do feto e nos mecanismos de adaptação do organismo materno, cerca de 80.000 kcal (durante os 280 dias da gestação). Esse montante representa acréscimo diário de cerca de 300 kcal na dieta da gestante e também da nutriz; em outras palavras, a necessidade calórica diária passa de 25-30 kcal/ kg/dia para 30-35 kcal/kg/dia durante a gravidez. Em termos alimentares, 300 kcal não representam grande volume de alimento. Pequenas quantidades de alimentos muito calóricos, como os queijos mais concentrados ou a carne, são suficientes. Para se ter uma ideia mais precisa, 100 g de queijo “prato” (em torno de cinco fatias das utilizadas em sanduíches) contêm por volta de 390 kcal, enquanto que 100 g de carne bovina (um bife médio) contém cerca de 200 kcal. É ilusão a ideia de que a gestante/nutriz necessita de alimentação abundante. O excesso calórico não tem qualquer vantagem e seus malefícios estéticos e fisiológicos são amplamente conhecidos. O ritmo do ganho de peso na gestação é o principal indicador da ingestão calórica, excetuando-se, naturalmente, as situações de edema

A gestação é um fenômeno fisiológico que acarreta uma série de modificações no organismo materno, com a finalidade de garantir o crescimento fetal, proteger o organismo materno e ainda, possibilitar a recuperação da puérpera e a nutrição de recém nascido. Essas modificações se fazem evidentes nos aparelhos cardio-circulatório, digestivo, respiratório, ósteo-articular, além de modificações metabólicas, endócrinas, hematológicas e mamárias, o que exige um maior consumo de nutrientes. Por outro lado sabe-se que vários fatores podem interferir no crescimento fetal. Alguns estudos demonstram que a carga genética e o ambiente em que vive a gestante influem neste processo, e algumas características maternas, tais como idade, peso e estatura, paridade, condição de nutrição e saúde, e nível sócio-econômico, guardam correlação direta com o crescimento e desenvolvimento.




Deficiências Nutricionais na Gestação:

O estado nutricional da mulher, antes e durante a gestação, está associado com o bem estar do feto. Se a gestante apresentar menores reservas nutricionais, há um maior risco do feto e do recém-nascido apresentarem déficit do desenvolvimento neurocognitivo, malformações congênitas, prematuridade, ganho de peso e/ou comprimento insuficientes, levando ao nascimento de crianças pequenas para a idade gestacional (PIG). Portanto, a desnutrição protéico-calórica e as deficiências de ferro, iodo, vitamina A e folato, principais problemas nutricionais na gestação, deverão ser avaliados com base no impacto que exercem não somente no organismo da gestante, como também na do feto/recém-nascido. Se a gestante possui estado nutricional prévio adequado e consegue manter a qualidade de sua alimentação, não necessita de suplementos nutricionais, com exceção do ferro que a OMS recomenda que todas as gestantes independente da presença de deficiências dietéticas ou bioquímicas devem receber dose profilática de ferro elementar na quantidade de 30 a 40 mg durante todo o terceiro trimestre. Quando a gestante apresenta valores de hemoglobina abaixo de 11 g/dl deve receber suplementação terapêutica de 60 a 120 mg diários de ferro elementar, do momento da detecção até o final da gravidez. A grande preocupação atual, principalmente nos Estados Unidos, é a prevenção de ocorrências de má-formação do tubo neural por deficiência de ácido fólico (folato). Esse fato pode ser comprovado com a observação das novas recomendações (DRIS, 1998), cujos valores para o ácido fólico são de 400 mcg para mulheres adultas e 600 mcg para gestantes.

REFERÊNCIAS:

http://rmmg.medicina.ufmg.br/index.php/rmmg/article/viewFile/274/258




9 comentários:

  1. Muito interessante a discussão sobre as necessidades nutricionais da gestante, já que muitas vezes há a crença ultrapassada de que uma mulher grávida deve comer o equivalente a duas pessoas (o que é tão inverdade que muitas vezes gera um sobrepeso para a mãe). Na fase da gestação, por ser a época de formação do indivíduo, é extremamente necessário que todas as necessidades nutricionais para a formação do feto sejam supridas. Vale destacar a importância do ferro, recomendado para gestantes a partir do segundo trimestre da gestação, quando a mãe e o feto precisam produzir mais hemácias, do cálcio, por conta de seu papel na formação óssea do bebê e do ácido fólico, fundamental no desenvolvimento completo do sistema nervoso (fechamento do tubo neural). Uma curiosidade é que "alguns estudos mostraram que a mãe que tem uma dieta mais rica em ômega-3 resulta em um bebê com quociente de inteligência maior no primeiro ano de vida, bem como diminui a chance de parto prematuro e bebê de baixo peso". Logo, é fundamental o acompanhamento constante das gestantes por nutricionistas realizado na atenção básica, de modo que haja a preservação ao máximo da saúde da mãe e do bebê.
    Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2014-07-22/so-acido-folico-e-indispensavel-na-gestacao-outras-vitaminas-podem-vir-no-prato.html

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  2. Durante a gestação, esta fase tão especial na vida da mulher, o estado nutricional materno desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do bebê e na prevenção de complicações durante a gestação. Existe uma necessidade calórica aumentada no período gestacional de aproximadamente 300g, o que significa que a gestante NÃO precisa comer por dois. Muitos componentes são essenciais nessa fase, e inclusive já foram citados aqui no blog em postagens anteriores, como por exemplo: ÁCIDO FÓLICO e o DHA (ácido docosahexaenóico, que é um ácido graxo do tipo ômega 3, é um componente vital para o desenvolvimento e manutenção da saúde, e é encontrado no leite materno, peixes de águas frias, em sementes como a linhaça, na gema do ovo, e atua diretamente na proteção das células nervosas). O ácido fólico é usado para prevenir defeitos do tubo neural, já que a formação do cérebro do bebê se dá na fase uterina. O DHA, por sua vez, é enviado através da placenta estimulando o cérebro do bebê com maior e melhor quantidade de sinapses, é um componente vital para o desenvolvimento e manutenção da saúde.

    http://prisciladiciero.com.br/blog/cuidados-dicas-nutricionais-basicas-para-gestantes

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  3. O estado nutricional favorável para receber a gestação é consequência direta da qualidade da alimentação da futura mamãe. Além de prevenir as carências nutricionais, as boas práticas alimentares garantem todos os nutrientes necessários para a perfeita evolução da gestação e do bebê e assegurar as reservas biológicas necessárias ao parto, ao pós-parto e à lactação.Sabe-se que a gestante e o bebê competem pelos nutrientes e calorias, e por este motivo é necessário que as mamães tenham uma alimentação equilibrada em nutrientes para si e para seu bebê. Aquele ditado que diz “mulher grávida deve comer por dois” faz parte do passado e não condiz mais com uma gravidez saudável. Mais importante que consumir muita quantidade de alimentos é priorizar a qualidade que está sendo consumida. A saúde e o peso do bebê ao nascer estão relacionados com o estado nutricional da gestante. A dieta durante a gestação pretende prover os nutrientes e a energia necessária para o desenvolvimento do feto e da placenta e para o incremento dos tecidos, tais como útero, as mamas, o sangue e a gordura corporal adicional.

    Fonte: http://www.brasilclinicas.com.br/artigos/ler.aspx?artigoID=195

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  4. A perda ou o excesso de peso durante a gestação pode trazer prejuízos tanto para a saúde da criança quanto da mãe – como o desenvolvimento do diabetes gestacional. Por isso necessita-se ter uma dieta balanceada durante a gravidez. O ganho de peso adequado no primeiro trimestre da gravidez é de 1,5 a 2,0Kg. A partir desta fase, é recomendado um ganho adicional de 1,5 a 2,0Kg por mês para chegar ao final da gravidez com 7,0 a 15,0Kg a mais, no máximo. Uma forma simples de saber qual deve ser o seu ganho de peso é aplicar a fórmula do Índice de Massa Corporal (IMC). O IMC leva em conta o peso antes da gravidez. No primeiro trimestre recomenda-se a ingestão de acido fólico que previne a má formação do tubo neural. No segundo trimestre recomenda-se a ingestão de Vitamina C, a substância age na formação do colágeno, que compõe pele, vasos sanguíneos, ossos e cartilagem, aumenta a absorção do ferro e fortalece o sistema imunológico; magnésio, o mineral favorece a formação e o crescimento dos tecidos do corpo. Vitamina B6, importante para o crescimento e o ganho de peso do feto e a prevenção da depressão pós-parto; ferro, é essencial na produção de hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio pelo sangue e ainda previne anemias que podem acometer tanto o bebê quanto a mãe. Já no terceiro trimestre recomenda-se a ingestão de cálcio, por conta de seu papel na formação óssea do bebê, o mineral é obrigatório na dieta da futura mãe. Sua deficiência pode provocar cáries, cãibras e unhas quebradiças. O cálcio tem outra nobre função: a de auxiliar a produção de leite após o parto. Ele ajuda ainda no processo de coagulação do sangue e na boa manutenção da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e das contrações musculares.

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  5. Como muito bem mostrou o texto, uma alimentação equilibrada é essencial em uma gravidez saudável, pois evita problemas sérios, como o diabetes gestacional. Os nove meses de gestação exigem uma alimentação equilibrada, com todos os grupos alimentares, o que não significa se empanturrar de comida, mas simplesmente ter uma alimentação saudável e que deve conter, diariamente, alguns alimentos como, carboidratos, fósforo, proteínas, Vitamina D, Lipídeos, Niacina, entre outros.
    Em determinados períodos ainda, o consumo de certos nutrientes deve ser reforçado. Por exemplo, aconselha-se que no primeiro trimestre da gravidez, se tome Ácido fólico, (ou vitamina B9, que é o nutriente mais utilizado pelas grávidas e indicado pelos médicos, pois previne defeitos na formação do tubo neural do feto - estrutura que dará origem ao cérebro e à medula espinhal), e que no segundo, seja feita a ingestão de Vitamina C, que agirá na formação do colágeno, Magnésio, que favorece o crescimento dos tecidos do corpo, Vitamina B6, que é importante para o crescimento do feto, e Ferro, essencial na produção de hemoglobina, que é responsável pelo transporte de oxigênio pelo sangue. Por fim, no terceiro trimestre, aconselha-se a ingestão de cálcio.
    Desta forma, fazem-se muito importantes medidas governamentais de combate à fome e à pobreza como o “Bolsa Família” que proporciona melhores condições de vidas para as pessoas, e melhor nutrição para as mesmas, sendo uma forma de melhorar também a saúde. Aguardo ansiosamente novas postagens sobre o assunto.

    Referências:
    http://www.gineco.com.br/saude-feminina/gravidez/nutricao-gestacional/

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. A nutrição é um fator determinante na boa evolução da gravidez, e também para o bom desenvolvimento do feto. Durante o pré-natal é feito o acompanhamento nutricional através de aferição do peso e determinação do IMC durante todas as consultas. Os registros no cartão do pré-natal é importante para o acompanhamento e a comunicação da equipe que cuida da grávida. Qualquer alteração no IMC em relação aos percentis esperados para aquela idade gestacional, toma-se os cuidados relacionados, como educação alimentar ou até mesmo encaminhando a grávida para o nutricionista.

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  8. A gestação provoca na mulher diversas alterações fisiológicas, e a alimentação é então um fator de suma importância. Trata-se de um estado onde estão aumentadas as necessidades calóricas devido ao desenvolvimento do feto, e por isso as gestantes necessitam manter uma alimentação adequada a esse novo estado. Mas é relevante citar que a alimentação deve ser balanceada e que os excessos podem levar ao aumento de peso, o que pode provocar várias complicações.

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